PÔNEI PÉPI
Era uma vez, há pouquíssimo tempo atrás, num buffet infantil de Copacabana, um pônei chamado Pépi. Ele era muito querido pelas meninas que comemoravam seus aniversários no Buffet Pink People. Tudo no buffet era pink. E nos dias de festa, Pépi também era tingido de pink, com alguns detalhes em roxo e verde-limão na crista. Ele não reclamava de ser um pink pônei porque durante toda sua vida, ele não conheceu nada diferente disso. Ele nem imaginava que em algum lugar do mundo pôneis pudessem ter outro destino, ou uma existência mais digna.
Mas, no dia em que a Terra parou, pela primeira vez uma festinha de aniversário teve de ser cancelada no Pink People. Ninguém apareceu. Nem a aniversariante, nem o mágico, nem os palhaços, nem os malabaristas. O coitado do Pépi já estava todo tingido de pink e pronto para fazer sua grande aparição. Era ele quem trazia o bolo de aniversário nas costas. Ele era um pônei bem equilibrado e nunca tinha derrubado nenhum bolo.
Nesse dia, quem apareceu foi uma turma de Superdefensores dos Direitos dos Animais. Eles invadiram o Pink People, todos vestidos de preto, com capuzes, e sequestraram o Pépi. Enfiaram o pônei numa van e saíram cantando pneu, comemorando a operação de resgate!
Hoje, Pépi vive num sítio paradisíaco em Petrópolis, chamado Poneilândia. O lugar é habitado por pôneis vindos dos quatro cantos do Brasil e do exterior. Lá eles recebem acolhimento psicológico e veterinário. Eles reconstroem suas vidas e são estimulados a descobrirem seu animal de poder. Pôneis que estão lá há tempo, dizem que é a coisa mais libertária que já viram. O pônei chega como um bichinho fofo e depois de quarenta dias se transforma num animal forte, bruto e selvagem. Pépi aprendeu a dar coices, relinchar e falar palavrão. Ele nunca mais cantou a música da Frozen e se recusa a comer qualquer coisa que não seja capim.?