Eu, peixe
No momento minha vida é acordar, vir para o computador e escrever roteiro. Paro, faço almoço e retomo o trabalho até chegar ao meu limite, por volta das oito da noite, quando vou assistir um filme, prestando atenção às soluções de roteiro. Hoje, antes mesmo de ter coado o café, estava maquinando uma solução para a trama do roteiro.
De repente bateu uma saudade de boa e velha literatura. Inúmeras vezes já tinha ouvido o comentário “o papel aceita tudo”. Agora estou me dando conta da liberdade que eu tinha antes, e nem achava nada de especial. Roteiro é uma penitenciária. De segurança máxima.
É como se eu fosse um peixe. Antes eu vivia nos mares do Caribe. Agora estou num aquário, num apartamento, em Osasco. Algo assim.