Em outras palavras, um lobisomem.
Aquilo foi o suficiente. Golpeei a mesa, e um raio luminoso amaldiçoou a família daquele monarca. Ele fugiu aterrorizado, na direção dos campos silenciosos e gemeu, e tentou falar. Inutilmente! Espuma saiu de sua boca. Ainda sedento de vingança, ele se voltou para as ovelhas e enquanto se deliciava com a matança, seus braços viraram pernas, e sua túnica estava em frangalhos, mas ele ainda era Licaon, o mesmo ser sombrio, a mesma expressão feroz no rosto, os mesmo olhos injetados, uma figura de bestial selvageria. Uma casa havia caído, mas muitas mais mereciam isso. A fúria reina sobre todos os campos da Terra. Eles estão jurados pelo mal. Acreditem nisso. Deixem que paguem por isso, e logo! É a minha resposta.
E assim termina o relato de Júpiter. Depois dessa, virei fã dele. Primeiro, por descobrir que foi ele o autor dessa invenção mirabolante que é o lobisomem. Segundo, porque nesse relato ele bota os pingos nos “is”. Hoje em dia é até bonito a pessoa ser lobisomem. É sexy. Agora todo lobisomem é do bem. Eles salvam as mocinhas e protegem a natureza. Por isso, se você é desses que lamenta ter nascido humano, e anseia por uma vida mais selvagem, fique esperto. É uma maldição. Sempre foi.