CANGURU CÓSMICA
Era uma vez, há pouquíssimo tempo atrás, lá para as bandas da Austrália, uma canguru chamada Cósmica. Seus pais tinham sido hippies. Viajaram o mundo numa kombi, fazendo apresentações de World Music numa época em que ninguém sabia ainda o que era isso. Eles eram pessoas bem à frente do seu tempo. Por isso, quando tiveram a quinta filhinha, no mês de fevereiro, num ano ímpar, na Austrália, numa noite de lua nova, não puderam lhe dar outro nome que não Cósmica.
Agora Cósmica era uma canguru formada, casada, realizada na vida e com um filhote na bolsa. Seu nome era Charles. Ele era o primeiro filhinho da Cósmica e ela estava amando esse lance de maternidade. Se dependesse dela, Charleszinho não sairia da bolsa jamais. Jamais! Ela queria ficar com ele bem grudado nela para sempre. Ela não tinha desejos de vida louca feito seus pais. Ela gostava de ser uma mamãe coruja e careta, apesar de não ser coruja. Mas isso não vem ao caso.
No dia em que a Terra parou, Cósmica ficou um pouco assustada, imaginando como ia ser a vida agora que todos deveriam ficar entocados. Em dúvida do que fazer, ela ligou para o SAC – Serviço de Atendimento aos Cangurus. Eles lhe passaram todas as instruções, direitinho, e Cósmica se acalmou. Mas então surgiu uma perguntinha. E quanto aos filhotes que ainda não tinham saído da bolsa? O SAC respondeu que não era para sair. Não era para ninguém sair de lugar nenhum.
Agora Cósmica está mais feliz do que nunca porque seu filhotinho querido está proibido por lei de sair da sua bolsa. Ela vai poder ficar com ele grudadinho nela até Deus sabe quando. Charles, que não sabe como é gostoso pular e brincar livre e solto, também não se importa. Ele recebe paparicos o dia todo, e os dois estão num grude que é melhor nem pensar. No dia em que tiverem que se separar…. será outra história
