ARANHA ARIADNE
Era uma vez, há pouquíssimo tempo atrás, uma aranha chamada Ariadne. Ela vivia entre a janela e a porta da frente da casa de uma escritora chamada Índigo. A família de Ariadne era nativa da região e vivia por aquelas bandas muito antes de Índigo se mudar para lá. Por isso, quando a escritora chegou com sua mudança, toda feliz e contente, Ariadne deu de ombros e pensou consigo: “Ok, mas daqui eu não saio. Daqui ninguém me tira”. E assim foi.
No começo, a escritora tinha a desagradável mania de destruir todas as teias que Ariadne tecia em torno da casa. Ariadne apenas suspirava fundo, virava os olhos e se conformava. Índigo não seria a primeira pessoa insensível e ignorante que aparecia em sua vida, destruindo suas obras.
Mas no dia em que a Terra parou, aconteceu uma coisa curiosa com a tal escritora. Em vez de desacelerar como a maioria das pessoas, ela desembestou a escrever historinhas na internet. Com isso, não sobrava mais tempo para ficar implicando com o que Ariadne fazia ou deixava de fazer na porta da sua casa. Então, certo dia, quando Índigo foi novamente reparar no estado das teias, encontrou uma mandala gigantesca, 3D, com fios reluzentes que, dependendo de como batia o sol, adquiria as 7 cores do arco-íris. Aquilo impressionou a escritora e pela primeira vez ela não desmanchou a obra de Ariadne. Em vez disso, ela resolveu escrever uma historinha especial em homenagem à talentosa aranha. Ela aproveita para informar publicamente que aprendeu a enxergar uma qualidade estética nas teias. E se tem quem ache que agora sua casa está parecendo a casa da família Adams, ela não liga. Talvez a própria Índigo, que agora vive entocada, sem contato humano, esteja se transformando numa espécie de Mortícia????????
2 comentários
Esta Ariadne, que deixa aqui um comentário, declara: Amei.
Nossas teias, nossa obra.
OH! Gracias pelo comentário. beijoca