A jaca
No começo do ano eu estava na floresta amazônica, com uma mochila nas costas e um caderno nas mãos. Eu não dava conta de escrever tudo que via, vivia e aprendia. Não dava tempo. Eu sei, não faz sentido. As pessoas sempre estranham.
“Como assim, não dava tempo? Você estava na floresta, sem computador, sem eletricidade, sem televisão. O que você ficava fazendo o dia inteiro?”
Agora que estou de volta eu também tenho um pouco de dificuldade para entender por que não dava tempo, mas não dava. Lá o tempo é diferente. Mas não é sobre isso que eu quero falar. Como não dava tempo para escrever eu comecei a desenhar.
Aqui cabe explicar que eu não sabia que sabia desenhar. Quando vi, estava desenhando folhas e árvores. No minuto seguinte havia crianças à minha volta pedindo que eu desenhasse uma flor ou uma jaca. Sim, uma jaca.
E eu desenhava. Elas traziam coisas e pediam que eu desenhasse. Eu acatava. E percebi que os desenhos até que não eram ruins. No dia em que eu desenhei uma jaca, por exemplo, ninguém achou que fosse uma banana, uma ameba ou o Bob Esponja. As pessoas olhavam e diziam: “Oh! Uma jaca!”. Foi quase um milagre.
Com o passar dos dias descobri que eu tinha um traço que era só meu. Foi uma sensação bem parecida com a época em que comecei a escrever e descobri meu estilo. Agora estou criando coragem para mostrar meus desenhos. Penso em colocar alguns aqui. Pensando no assunto…
1 comentário. Aleluia!
Coloca!!!Coloca!!!Coloca!!!
Bjos